
Leishmaniose Visceral Canina
Hoje irei conversar com vocês sobre algumas alterações ultrassonográficas associadas a uma zoonose muito importante: A LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC).
Bora lá?!
➡️ MAS ANTES, ALGUMAS INFORMAÇÕES DA LVC
A LVC é causada por um protozoário do gênero Leishmania spp. e é transmitida pela picada de flebotomíneos (Lutzomyia longipalpis).
O vetor, quando se alimenta do sangue de um animal infectado, ingere o protozoário na forma amastigota (formato arredondado e intracelular) e transforma-se em promastigota (possui flagelo e tem o formato mais ovalado e é extracelular), continuando o ciclo do parasita, infectando diferentes órgãos do hospedeiro. Importante salientar que um animal infectado pode estar clinicamente saudável por um determinado tempo, porém permanece como reservatório da doença.
O diagnóstico é realizado por exames RIFI, ELISA, PCR, teste rápido e observação direta pela análise de esfregaço da forma amastigota do protozoário.

As manifestações clínicas mais observadas são dermatológicas, incluindo lesões cutâneas, alopecia, descamação, hiperqueratose nasal, úlceras e hiperpigmentação, além de hiporexia, perda de peso, onicogrifose e alterações oftálmicas.
➡️ E PELO EXAME ULTRASSONOGRÁFICO, O QUE POSSO ENCONTRAR?
🔹️RINS: O envolvimento renal ocorre devido à deposição de imunocomplexos levando ao desenvolvimento de glomerulonefrite, podemos observar redução do tamanho renal, perda da definição cortico-medular e aumento da ecogenicidade cortical.
🔹️BAÇO: A esplenomegalia, podendo estar associada a redução da ecogenicidade ou aspecto grosseiro e múltiplos pequenos nódulos hipoecogênicos (aspecto de favo de mel).
🔹️FÍGADO: A hepatomegalia é comum, assim como redução da ecogenicidade. Ressaltando que microhepatia com margens irregulares, sugerindo um processo inflamatório crônico, foi encontrado em um estudo.
🔹️LINFONODOMEGALIA ABDOMINAL
Lembrando que é sempre muito importante a união da clínica, exames laboratoriais e de imagem para um diagnóstico eficaz.

Espero ter te ajudado a compreender um pouco melhor a LVC!
Equipe Ultraforpet
Referências
Abbiati, T. C. et al. (2019) Leishmaniose visceral canina: Relato de caso. Pubvet 13(4): 1-8.